quinta-feira, junho 03, 2004

Nujoma Acusa "Imperialistas" de Explorarem África
Quarta-feira, 02 de Junho de 2004

O Presidente cessante da Namíbia, Sam Nujoma, que no fim do ano deverá ceder o poder a um novo chefe de Estado, afirmou esta semana que "ninguém dará a paz à África se não forem os africanos a consegui-lo".

Numa assembleia parlamentar realizada em Windhoek, a capital, o líder da SWAPO disse que "a África deve deixar de viver das migalhas dos países imperialistas", pois "tem mais riquezas do que a Europa e a América juntas".

Segundo ele, "os imperialistas aproveitam-se dos recursos de África e fazem os africanos combater-se uns aos outros", como na República Democrática do Congo (RDC).

"O forum parlamentar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral é uma instituição representativa das pessoas da região, mas para meu pesar actos errados, como a invasão militar de um Estado membro, a RDC, por alguns países desejosos de guerra, levaram ao genocídio de mais de três milhões de pessoas, na sua maioria mulheres, crianças e idosos", declarou o Presidente.

"No entanto, perante estes actos de barbárie, os parlamentares da SADC permaneceram silenciosos", acrescentou. "O que é que andam a fazer?". No seu entender, a situação do antigo Zaire é instigada por "países imperialistas, por causa das abundantes riquezas, em especial os recursos minerais".

Criado em 1996, o forum parlamentar da SADC reúne um total de 1800 deputados de 12 países da região, com o objectivo de tomarem medidas que tenham impacto em todos os seus países membros. Mas não se tem visto grande utilidade deste organização. Entre os seus assuntos de preocupação para os próximos anos encontra-se o apoio à democratização, que ainda só é visível numa parte dos países africanos.

Desde há muitos anos, os povos da África Austral, da RDC à Suazilândia, têm sonhado com a democracia e com os direitos humanos, mas existem forças e instituições que os limitam, mantendo a região num índice de desenvolvimento social muito inferior ao da Europa.

O objectivo declarado do forum parlamentar é que países como Angola ou o Zimbabwe saibam organizar-se de uma forma democrática, realizar periodicamente eleições e introduzir um sistema de rotatividade entre as suas diferentes formações políticas, não se mantendo sempre o mesmo grupo no poder.

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