terça-feira, setembro 28, 2004

Pseudo-resenha dos filmes:

Chorei muito no filme do tibete, como os chineses foram capazes de agredir monges, o filme usa termos como "genocidio asiático", que seria maior que Hitler e Stalin juntos, o filme mostra o Dalai Lama em vários momentos da sua vida, e reclama que a ONU não o reconhece como Chefe de Estado, mas podia recebê-lo como Prêmio Nobel da Paz. Eu acho que é porque a China é do Conselho de Segurança, mas foi muita tortura, e o filme mostra mesmo. O Filme é bem mais completo que o citado abaixo, por ter imagens históricas, entrevistas com acadêmicos dos dois países ( EUA e China) e diplomatas.

O Pior foi ver Kissinger e Mao juntos, apertando as mãos um do outro.... Antes do Kissinger, a CIA dava $$ e treinamento para os pobres budistas que nada fizeram na vida a não ser entoar mantras... Ele e o Pinochet tinham que ser julgados em vida por crimes contra a Humanidade...

Mas o filme faz jus ao título e começa explicando seu nome: Tibete, o Grito do Leão Branco, que é a figura mitológica que representa o Tibete, e a bandeira está proibida. Aliás, está proibido dizer "eu sou tibetano". Direitos Humanos zero...

Outra grande importância do filme foi mostrar que enquanto o Ocidente fazia pesquisas no Universo Exterior e mandava o Homem à Lua, o Budismo Tibetano estudava o Universo Interior, como o Homem pode conhecer e dominar a si mesmo, atingindo assim a Liberdade, a Paz e a Felicidade Interior, e chama de "ter alcançado a Tecnologia Espiritual" É claro que o treinamento espiritual não foi feito para a guerra nem para a tortura, mas o fato que não há identificação com o corpo físico ( Eu não sou meu corpo. sou uma alma) faz com que eles possam dizer essa inesquecível frase "ELES PODEM TORTURAR MEU CORPO, MAS NÃO PODEM TORTURAR MINHA ALMA" Monges e monjas foram torturados por anos com "estupro elétrico" as mulheres pela via comum e os homens na boca. Um monge conseguiu fugir e trazer para o Ocidente os instrumentos de tortura. O "agulhão"como ele chama, deve ter uns 3 dedos de diâmetro e longo como um celular médio, digamos. Eles não reclamam, não xingam, não se exaltam; apenas cobrem os olhos quando lembram. E não tem nenhum ódio ou rancor, porque eles sabem que isso tudo decorre de ignorância espiritual, do desconhecimento da lei de causa e efeito, que é a lei do karma ( logo karma ou carma, como se diz em português, pode ser positivo ou negativo, dependendo dos seus atos e omissões) Eles destacam bastante o fato de continuar usando a não violência.

Foram demolidos 6 mil mosteiros para construir shoppings e casas ocidentalizadas ou chinesas para chineses. estão deslocando muitos chineses para Lhasa (capital do Tibete) e os tibetanos estão sem escola - a língua tibetana e a chinesa são completamente diferentes, e só tem escola para que fala chinês; sem emprego, marginalizados, e o filme usa a expressão apartheid para denunciar a situação. Considerando que o mosteiro é "3 em 1": Universidade, Museu e Biblioteca, temos a extensão da limpeza étnica e cultural que está sendo feita. Chega ao ponto do povo cruzar a pé a fronteira com a India pelo Himalaia só para deixar seus filoes e filhas, bem pequenos, ou ainda bebês, para serem educados na vila da refugiados tibetanos, para que seus filhos não cresçam educados pelos assasinos de seus antepassados, e voltam para o Tibete. O diretor dessa vila diz que um dia essas crianças vão poder conhecer seus pais e mães...

Talvez o fato de já ter estudado um pouco essa parte espiritual e ter visto outros filmes buditas ou que fazem referência a Sidarta, como "O Pequeno Buda", "sete anos no Tibet" " A Copa"em que monges querem ver a copa que o Brasil ganhou, eles lutando para conseguir uma tv e convencer o "líder" ( estou caindo de sono, não lembro o título dele, é o diretor do mosteiro) que não tem problema assistir futebol... e Sansara, que eu adorei, e não tenho ninguém com quem conversar do filme. E esse não dá pra comentar sem ter visto. Eu achei o melhor de todos, tirando o de hoje, mas os outros são filmes roteirizados, e este de hoje é um documentário.

Hoje não deu para anotar tanto como no "Central Al Jazeera" em que enchi 5 páginas no meu caderninho. Foi uma aula de Jornalismo, todo gravado em Doha, e traz boas análises e informações, pois não é sobre a rede árabe somente, mas comapara as coberturas feitas por todos os jornais que estavam na Central de Comuncações da Coalisão, com a sigla CentCom, e um jornalista avisa que não pode confundir com sitcom. Mas o ponto alto é o jornalista americano que cobre a guerra para a Al Jazeera tentando dar uma aula prática de teoria da percepção para o soldado responsável pelo CentCom, como um árabe médio percebe, recebe as imagens da guerra, que para o mundo árabe há muita conexão do conflito Israelense - branco, olhos claros com supremacia tecnológica em armas contra palestinos, e Americanos entrando e tomando Bagdá, que mesmo que a pessoa não fosse pró Saddam, que o Bush conseguia unir o mundo árabe contra ele. Ah, como eu sei o que é teoria da percepção? Filei umas aulas lá na UFF de Comunicação Social... essa matéria é de primeiro período. Mas o filme é pontual: do começo ao fim da instalação das redes de tv no CentCom. Aliás numa das cenas, um jornalista fala para outro que eles são jornalistas, e que isso é diferente de ser um diplomata e/ou um soldado. Eles tentam ser imparciais para o público deles, mas o tempo todo reclamam nos bastidores que eles mesmos não recebem notícias imparciais. Com a morte do repórter da Al Jazeera que estava sentado no telhado olhando a câmera na véspera da entrada dos tanques na cidade, não havia ninguém pra cobrir no local a chegada dos tanques, logo as imagens foram cedidas pelos EUA, e na noite em que ele morreu, a esposa entrou via satélite para os jornalistas do centro de imprensa implorando para que não mentissem nem omitissem a morte dele, e no começo do filme a Al Jazzera passa ao comando americano o local do escritório da emissora e do Hotel que eles e outras redes de tv ocidentais estavam, o HotelPalestina, que também foi atacado. Os Eua passaram a versão que tinha saído tiros de onde eles estavam... eu lembro desse episódio na época que ocorreu.
Esse filme é bom no todo e nos detalhes, continuarei a falar dele no próximo capítulo.

Se quiserem escrevo um texto falando porque o capitalismo não entra na Índia e no Tibete. Aliás, tem McDonald's em Lhasa; o Ronald está sentado com as pernas cruzadas em posição "flor de lótus"... seria cômico se não fosse trágico.

Levei zero em jornalismo; nada imparcial, usando adjetivos no texto etc. Mas escrevi tudo de memória, sem olhar minhas anotações. Pretendo me redimir no próximo post, quando vou falar do file "Um dia sem Mexicanos"uma idéia original, filme bem humorado e crítica leve ao racismo latino.

Frase comum nos dois filmes: "como posso sorrir se meu povo sofre?"

um link de presente : http://www.rsf.org/ Jornalistas sem fronteiras.

Quem é o *seu* povo, leitor(a)?

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