Gostaria de agradecer aos amigos que me apoiaram nesse fim de semana tenebroso de febre de 39,5 graus, e gripe. Principalmente pela "assistência técnica" de passar o domingo me ligando pra saber se eu estava melhor, isso prova que são verdadeiros * amigos* na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, falar que é amigo é tão fácil, ser amigo é que é dificil. Meus pais também estão se recuperando.
Alguns assuntos breves e outros longos;
Vou promover um "concurso" para o logotipo e template (fundo da página) para o projeto Interconexos, isso vai alavancar a página e divulgar melhor para a Europa e Ásia onde tenho ainda poucos, mas alguns leitores.
Estou preparando material para colocar no blog de palestras assistidas, mas me preocupo com algumas colocações feitas no calor do debate que talvez fosse mais adequado fazer, não uma censura propriamente dita, mas a troca de alguns vocábulos. As partes envolvidas serão consultadas previamente.
Gostaria que enviassem sugestões de "pauta" para poder adequar o nosso conteúdo ao que mais interessa ao leitor.
Já estou cadastrando colaboradores articulistas, para peridiocidade semanal ou quinzenal.
Agora vamos ao prato principal: beneficiamento de urânio enriquecido para fins pacifícos; a voracidade pelo segredo tecnológico brasileiro de ter desenvolvido um processo mais barato e mais eficiente. Segundo outras fontes, esse processo ainda não está ativo em Rezende; vamos às versões dos fatos:
no Globo:
05/04/2004 - 19h08m
Amorim garante que Brasil nunca impediu inspeção de urânio
Luciana Rodrigues, Cristiane Jungblut e Gerson Camarotti - O Globo
RIO - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, garantiu nesta segunda-feira que nunca houve qualquer impedimento para a inspeção do enriquecimento de urânio no Brasil. Segundo o ministro, ninguém duvida que o Brasil usa energia nuclear apenas para fins pacíficos e, mais especificamente, para a produção de energia. Reportagem publicada pelo jornal americano "Washington Post" no domingo acusou o Brasil de impedir fiscais da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de inspecionar uma unidade de enriquecimento de urânio e insinuou que o país poderia estar planejando ter a capacidade de produzir armas nucleares.
- O Brasil está rigorosamente cumprindo com suas obrigações internacionais. Em todas as inspeções, o modo de realizá-las é sempre negociado - afirmou Amorim, que nesta segunda deu uma palestra na Câmara de Comércio Americana do Rio.
Segundo o ministro, os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário prevêem que as inspeções sejam feitas para assegurar que a energia será usada para fins pacíficos mas, ao mesmo tempo, preservando o segredo da tecnologia desenvolvida em cada país.
- O Brasil vai ter necessidade de energia barata, e energia nuclear é uma delas. Não há porquê a gente ficar comprando eternamente (a tecnologia) dos outros.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que o Brasil não pode aceitar a notícia divulgada pelo "Washington Post" porque sempre respeitou as regras internacionais em relação à energia nuclear e sempre deixou claro que os objetivos do país são de ordem pacifica, e não bélicos.
Segundo Sarney, por isso o Brasil não pode ser comparado a países como Coréia do Norte e Irã, que sempre deixaram claro a intenção de usar a energia nuclear para fins bélicos.
- O Brasil sempre manifestou que quer a utilização dos átomos para a paz. Não há como aceitar um procedimento que nos coloque sob suspeição. Em nível internacional, a posição do Brasil é muito clara e efetiva contra a utilização da energia nuclear para fins bélicos. Pelo que tenho lido, realmente é um tratamento que não podemos aceitar - afirmou.
Para o vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS), a notícia é um pretexto dos americanos para conhecer a tecnologia desenvolvida pelo Brasil para enriquecimento de urânio.
- É aquela velha conversa americana. Eles usam o discurso de paz mas na verdade querem descobrir a tecnologia brasileira, que é um segredo de estado. O interesse dos Estados Unidos é 100% comercial. Isso é chilique de americano, eles adoram fazer isso. Querem que a gente mostre nossa tecnologia mas não mostram a deles - afirmou.
(grifo nosso)
no JB:
'Post': Brasil recusa inspeção
Luiz Queiroz
BRASÍLIA - O jornal The Washignton Post denunciou ontem uma suposta recusa do governo brasileiro - sob alegação de que estaria protegendo segredos industriais - de receber inspetores da agência de energia atômica da ONU em Resende (RJ), onde fica a Fábrica de Combustível Nuclear da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Com a manchete estampada na primeira página: ''Brasil esconde instalação nuclear'', o jornal norte-americano sugere que o ''atrito diplomático'' poderá contribuir para ''minar os esforços da Casa Branca para por um fim nos programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte''.
O jornal alega que o projeto nuclear brasileiro e a não inspeção coloca o presidente americano, George W. Bush, numa situação delicada. O presidente americano perderia seu discurso pela imposição de regras mais rígidas para o enriquecimento de urânio.
O diário norte-americano admite que a Fábrica de Combustível Nuclear da INB em Resende produzirá urânio enriquecido para a geração de energia elétrica, o que significa que não é o tipo mais puro do mineral, usado em armas atômicas. Mas mantém a informação, citando ''fontes diplomáticas brasileiras e da ONU'', de que há um impasse na questão da inspeção das instalações nucleares brasileiras.
O Ministério das Relações Exteriores permanece sem tecer comentários sobre o atrito diplomático. Ontem a assessoria de imprensa do Palácio do Itamaraty apenas se limitou a informar para a BBC de Londres que o assunto tem sido objeto de ''negociações técnicas''.
A matéria publicada pelo jornal norte-americano, segundo a assessoria não é nova, pois o assunto foi divulgado pela imprensa internacional há dois meses. Um diplomata brasileiro teria afirmado ao Post que o Brasil se sente ''aborrecido e quase ofendido'', com essas suspeitas.
De acordo com o Washignton Post, inspetores têm tentado verificar a situação das instalações de Resende. ''Mas os muros altos dificultam ou impedem a visão do prédio, que ainda está em construção'', informaram os técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica ao jornal.
A reportagem do Post afirma que a Casa Branca deve enviar emissários a Brasília neste mês para pressionar o governo brasileiro a ter mais cooperação com a ONU. Também informa que ainda não há indícios de que o governo norte-americano pretenda fazer gestões contra a continuidade do programa nuclear brasileiro, o que poderia levar a um impasse diplomático.
No Estado de São Paulo:
Sarney diz que Brasil não deve aceitar pressão dos EUA
Brasília - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que o País não pode aceitar a pressão dos Estados Unidos para que assine com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) um protocolo adicional sobre inspeções em instalações nucleares. "Pelo que tenho lido, esse é realmente um tratamento que não podemos aceitar. Não podemos aceitar nenhuma semelhança com o tratamento dado à Coréia do Norte e ao Irã, (pois) esses são países que têm tradição em armamento nuclear, que o Brasil não tem" afirmou.
Sarney avaliou que o Brasil sempre manifestou que nós queremos a utilização do átomo para a paz, sempre estivemos de acordo com as regras internacionais sobre energia nuclear. De maneira que não há como aceitar um procedimento que nos coloca em semelhança com a Coréia e o Irã. No nível internacional, a posição do Brasil é muito clara a respeito desse problema."
Preservação do segredo
O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), defendeu a preservação do segredo atômico pelo Brasil. O senador reconhece que o Brasil, "por ter abdicado da bomba atômica, paga um preço muito alto no cenário mundial". Segundo ele, quem passa dez dias na ONU percebe que o Paquistão parece ser "muito mais importante que o Brasil". Frisou, porém, que considera correta a posição brasileira. Ele disse ser a favor da criação de uma "super força" de defesa para agir, se for necessário, em caso de ocupação da Amazônia, por exemplo.
Rosa Costa e João Domingos
Amorim culpa Ongs por polêmica sobre inspeção nuclear
Rio de Janeiro - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a notícia publicada ontem no jornal Washington Post, denunciando possível resistência do Brasil a inspeções na unidade de enriquecimento de urânio no País, “não reflete posições do governo americano, mas de alguns setores da sociedade, e se baseia em informações infundadas”. Ele disse que o ministério brasileiro das Relações Exteriores divulgará hoje nota sobre o assunto em nome do governo, mas antecipou que “o Brasil está cumprindo rigorosamente com suas obrigações internacionais” no caso do urânio.
Segundo ele, o País é signatário dos acordos internacionais referentes ao assunto e todos eles prevêem inspeções negociadas. Ele afirmou que a utilização da energia nuclear no Brasil é para fins pacíficos e afirmou que “o País tem que ter a possibilidade de proteger sua tecnologia, desenvolvida aqui”. Perguntado se a questão do urânio cria um “impasse diplomático” entre Brasil e Estados Unidos, Amorim disse que “nunca recebemos uma manifestação direta do governo americano que leve a essa conclusão”.
“Não senti pressão dos Estados Unidos até o momento, o que tenho ouvido é que não há dúvida que a tecnologia nuclear do Brasil é para fins pacíficos e para energia”. Perguntado sobre que setores da sociedade americana estariam insatisfeitos com a suposta resistência brasileira, Amorim citou genericamente as organizações não governamentais (Ongs). “Não há razão para suspeitar do Brasil nesse momento, mas o País necessita de energia e a nuclear é uma delas”.
Jacqueline Farid
Durante a semana mais informações sobre este fato. Há muito o que se dizer e comentar sobre isso.
terça-feira, abril 06, 2004
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