segunda-feira, abril 26, 2004
Internacional 26-04-2004 - 21h49
Grupo armado dá prazo de cinco dias
Guerrilha ameaça matar reféns caso italianos não se manifestem nas ruas
AFP
O grupo armado iraquiano que mantêm em seu poder três reféns italianos ameaça executá-los se dentro de três dias a população italiana não sair à rua para contestar a participação militar do país na ocupação do Iraque.
A notícia foi avançada pela televisão por satélite Al-Arabiya, que adiantou ter recebido um comunicado e uma cassete vídeo do grupo que se autodenomina "Brigada Verde do Profeta".
A estação divulgou algumas imagens da cassete, mostrando os reféns, cercados por homens armados e encapuzados.
Segundo a Al-Arabiya, o grupo propõe libertar os três homens, capturados há duas semanas, "se o povo italiano organizar manifestações para protestar contra o político do seu Governo no Iraque". "O grupo concede cinco dias aos italianos para organizar as manifestações, caso contrário matará os reféns", acrescentou a televisão, citando o comunicado da brigada.
O texto afirma ainda que os reféns, seguranças de uma empresa norte-americana, foram sequestrados "porque se dedicavam a acções de espionagem no Iraque".
Os três italianos foram capturados a 12 de Abril em local incerto, juntamente com um quarto elemento que viria a ser executado dois dias depois pelo grupo face à recusa do Governo italiano em retirar as tropas do Iraque.
Reagindo à difusão das imagens e ao ultimato, a classe política italiana foi unânime a rejeitar as exigências dos sequestradores. O Governo italiano reafirmou que não cederá a qualquer pressão, enquanto a oposição de esquerda rejeitou qualquer tipo de negociação com terroristas, lembrando que a sua oposição à guerra é conhecida há meses.
Meses antes do início da guerra no Iraque, Roma foi palco de uma das maiores manifestações pacifista em toda a Europa, reunindo perto de três milhões de pessoas. Ali Abbas/EPA
Os sequestradores exigem que os italianos contestem a participação militar do país na ocupação do Iraque
Revolucionar conhecimento sobre o funcionamento da Terra
Cimeira internacional lança plano de observação do planeta
PUBLICO.PT
Os ministros de 47 países, reunidos ontem na Cimeira Internacional de Observação da Terra, em Tóquio, lançaram um plano para revolucionar o conhecimento sobre o funcionamento do planeta e criar ligações científicas entre os povos.
Ontem ficou acordada, entre os ministros e a União Europeia, o desenvolvimento do Sistema Global de Observação da Terra, estrutura global para a próxima década que vai, pela primeira vez, "tomar o pulso ao planeta".
"O nosso ambiente não conhece fronteiras. (...) Trabalhando em conjunto, podemos encontrar soluções e impulsionar as alterações necessárias para proteger as pessoas, promover a prosperidade e preservar o planeta", disse o administrador da EPA (Agência norte-americana de Protecção do Ambiente), Mike Leavitt.
Actualmente, centenas de investigadores trabalham separadamente para monitorizar a qualidade da água e do ar, melhorar a segurança aérea e prever desastres naturais. De acordo com a NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration, "uma vez ligados num sistema de sistemas, os benefícios sociais e económicos serão enormes". Entre essas vantagens estão a previsão de fenómenos climáticos extremos, descobrir onde poderá surgir novo surto de Síndrome Respiratória Aguda ou malária e melhoria da monitorização da qualidade do ar.
A 31 de Julho do ano passado, 33 nações e a União Europeia adoptaram uma declaração onde se comprometeram a desenvolver um sistema de observação da Terra para sustentar tomadas de decisão por todo o mundo. Nesse encontro, os participantes lançaram o Grupo de Observações da Terra (GEO, sigla em inglês) para desenvolver o plano. O GEO - coordenado pelos Estados Unidos, Comissão Europeia, Japão e África do Sul - já organizou cinco subgrupos e criou um secretariado para apoiar as actividades. A estrutura conceptual foi apresentada ontem na cimeira de Tóquio e o plano final será divulgado numa cimeira ministerial marcada para o final deste ano.
fonte: www.publico.pt
Cimeira internacional lança plano de observação do planeta
PUBLICO.PT
Os ministros de 47 países, reunidos ontem na Cimeira Internacional de Observação da Terra, em Tóquio, lançaram um plano para revolucionar o conhecimento sobre o funcionamento do planeta e criar ligações científicas entre os povos.
Ontem ficou acordada, entre os ministros e a União Europeia, o desenvolvimento do Sistema Global de Observação da Terra, estrutura global para a próxima década que vai, pela primeira vez, "tomar o pulso ao planeta".
"O nosso ambiente não conhece fronteiras. (...) Trabalhando em conjunto, podemos encontrar soluções e impulsionar as alterações necessárias para proteger as pessoas, promover a prosperidade e preservar o planeta", disse o administrador da EPA (Agência norte-americana de Protecção do Ambiente), Mike Leavitt.
Actualmente, centenas de investigadores trabalham separadamente para monitorizar a qualidade da água e do ar, melhorar a segurança aérea e prever desastres naturais. De acordo com a NOAA - National Oceanic and Atmospheric Administration, "uma vez ligados num sistema de sistemas, os benefícios sociais e económicos serão enormes". Entre essas vantagens estão a previsão de fenómenos climáticos extremos, descobrir onde poderá surgir novo surto de Síndrome Respiratória Aguda ou malária e melhoria da monitorização da qualidade do ar.
A 31 de Julho do ano passado, 33 nações e a União Europeia adoptaram uma declaração onde se comprometeram a desenvolver um sistema de observação da Terra para sustentar tomadas de decisão por todo o mundo. Nesse encontro, os participantes lançaram o Grupo de Observações da Terra (GEO, sigla em inglês) para desenvolver o plano. O GEO - coordenado pelos Estados Unidos, Comissão Europeia, Japão e África do Sul - já organizou cinco subgrupos e criou um secretariado para apoiar as actividades. A estrutura conceptual foi apresentada ontem na cimeira de Tóquio e o plano final será divulgado numa cimeira ministerial marcada para o final deste ano.
fonte: www.publico.pt
terça-feira, abril 06, 2004
Gostaria de agradecer aos amigos que me apoiaram nesse fim de semana tenebroso de febre de 39,5 graus, e gripe. Principalmente pela "assistência técnica" de passar o domingo me ligando pra saber se eu estava melhor, isso prova que são verdadeiros * amigos* na saúde e na doença, na alegria e na tristeza, falar que é amigo é tão fácil, ser amigo é que é dificil. Meus pais também estão se recuperando.
Alguns assuntos breves e outros longos;
Vou promover um "concurso" para o logotipo e template (fundo da página) para o projeto Interconexos, isso vai alavancar a página e divulgar melhor para a Europa e Ásia onde tenho ainda poucos, mas alguns leitores.
Estou preparando material para colocar no blog de palestras assistidas, mas me preocupo com algumas colocações feitas no calor do debate que talvez fosse mais adequado fazer, não uma censura propriamente dita, mas a troca de alguns vocábulos. As partes envolvidas serão consultadas previamente.
Gostaria que enviassem sugestões de "pauta" para poder adequar o nosso conteúdo ao que mais interessa ao leitor.
Já estou cadastrando colaboradores articulistas, para peridiocidade semanal ou quinzenal.
Agora vamos ao prato principal: beneficiamento de urânio enriquecido para fins pacifícos; a voracidade pelo segredo tecnológico brasileiro de ter desenvolvido um processo mais barato e mais eficiente. Segundo outras fontes, esse processo ainda não está ativo em Rezende; vamos às versões dos fatos:
no Globo:
05/04/2004 - 19h08m
Amorim garante que Brasil nunca impediu inspeção de urânio
Luciana Rodrigues, Cristiane Jungblut e Gerson Camarotti - O Globo
RIO - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, garantiu nesta segunda-feira que nunca houve qualquer impedimento para a inspeção do enriquecimento de urânio no Brasil. Segundo o ministro, ninguém duvida que o Brasil usa energia nuclear apenas para fins pacíficos e, mais especificamente, para a produção de energia. Reportagem publicada pelo jornal americano "Washington Post" no domingo acusou o Brasil de impedir fiscais da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de inspecionar uma unidade de enriquecimento de urânio e insinuou que o país poderia estar planejando ter a capacidade de produzir armas nucleares.
- O Brasil está rigorosamente cumprindo com suas obrigações internacionais. Em todas as inspeções, o modo de realizá-las é sempre negociado - afirmou Amorim, que nesta segunda deu uma palestra na Câmara de Comércio Americana do Rio.
Segundo o ministro, os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário prevêem que as inspeções sejam feitas para assegurar que a energia será usada para fins pacíficos mas, ao mesmo tempo, preservando o segredo da tecnologia desenvolvida em cada país.
- O Brasil vai ter necessidade de energia barata, e energia nuclear é uma delas. Não há porquê a gente ficar comprando eternamente (a tecnologia) dos outros.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que o Brasil não pode aceitar a notícia divulgada pelo "Washington Post" porque sempre respeitou as regras internacionais em relação à energia nuclear e sempre deixou claro que os objetivos do país são de ordem pacifica, e não bélicos.
Segundo Sarney, por isso o Brasil não pode ser comparado a países como Coréia do Norte e Irã, que sempre deixaram claro a intenção de usar a energia nuclear para fins bélicos.
- O Brasil sempre manifestou que quer a utilização dos átomos para a paz. Não há como aceitar um procedimento que nos coloque sob suspeição. Em nível internacional, a posição do Brasil é muito clara e efetiva contra a utilização da energia nuclear para fins bélicos. Pelo que tenho lido, realmente é um tratamento que não podemos aceitar - afirmou.
Para o vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS), a notícia é um pretexto dos americanos para conhecer a tecnologia desenvolvida pelo Brasil para enriquecimento de urânio.
- É aquela velha conversa americana. Eles usam o discurso de paz mas na verdade querem descobrir a tecnologia brasileira, que é um segredo de estado. O interesse dos Estados Unidos é 100% comercial. Isso é chilique de americano, eles adoram fazer isso. Querem que a gente mostre nossa tecnologia mas não mostram a deles - afirmou.
(grifo nosso)
no JB:
'Post': Brasil recusa inspeção
Luiz Queiroz
BRASÍLIA - O jornal The Washignton Post denunciou ontem uma suposta recusa do governo brasileiro - sob alegação de que estaria protegendo segredos industriais - de receber inspetores da agência de energia atômica da ONU em Resende (RJ), onde fica a Fábrica de Combustível Nuclear da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Com a manchete estampada na primeira página: ''Brasil esconde instalação nuclear'', o jornal norte-americano sugere que o ''atrito diplomático'' poderá contribuir para ''minar os esforços da Casa Branca para por um fim nos programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte''.
O jornal alega que o projeto nuclear brasileiro e a não inspeção coloca o presidente americano, George W. Bush, numa situação delicada. O presidente americano perderia seu discurso pela imposição de regras mais rígidas para o enriquecimento de urânio.
O diário norte-americano admite que a Fábrica de Combustível Nuclear da INB em Resende produzirá urânio enriquecido para a geração de energia elétrica, o que significa que não é o tipo mais puro do mineral, usado em armas atômicas. Mas mantém a informação, citando ''fontes diplomáticas brasileiras e da ONU'', de que há um impasse na questão da inspeção das instalações nucleares brasileiras.
O Ministério das Relações Exteriores permanece sem tecer comentários sobre o atrito diplomático. Ontem a assessoria de imprensa do Palácio do Itamaraty apenas se limitou a informar para a BBC de Londres que o assunto tem sido objeto de ''negociações técnicas''.
A matéria publicada pelo jornal norte-americano, segundo a assessoria não é nova, pois o assunto foi divulgado pela imprensa internacional há dois meses. Um diplomata brasileiro teria afirmado ao Post que o Brasil se sente ''aborrecido e quase ofendido'', com essas suspeitas.
De acordo com o Washignton Post, inspetores têm tentado verificar a situação das instalações de Resende. ''Mas os muros altos dificultam ou impedem a visão do prédio, que ainda está em construção'', informaram os técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica ao jornal.
A reportagem do Post afirma que a Casa Branca deve enviar emissários a Brasília neste mês para pressionar o governo brasileiro a ter mais cooperação com a ONU. Também informa que ainda não há indícios de que o governo norte-americano pretenda fazer gestões contra a continuidade do programa nuclear brasileiro, o que poderia levar a um impasse diplomático.
No Estado de São Paulo:
Sarney diz que Brasil não deve aceitar pressão dos EUA
Brasília - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que o País não pode aceitar a pressão dos Estados Unidos para que assine com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) um protocolo adicional sobre inspeções em instalações nucleares. "Pelo que tenho lido, esse é realmente um tratamento que não podemos aceitar. Não podemos aceitar nenhuma semelhança com o tratamento dado à Coréia do Norte e ao Irã, (pois) esses são países que têm tradição em armamento nuclear, que o Brasil não tem" afirmou.
Sarney avaliou que o Brasil sempre manifestou que nós queremos a utilização do átomo para a paz, sempre estivemos de acordo com as regras internacionais sobre energia nuclear. De maneira que não há como aceitar um procedimento que nos coloca em semelhança com a Coréia e o Irã. No nível internacional, a posição do Brasil é muito clara a respeito desse problema."
Preservação do segredo
O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), defendeu a preservação do segredo atômico pelo Brasil. O senador reconhece que o Brasil, "por ter abdicado da bomba atômica, paga um preço muito alto no cenário mundial". Segundo ele, quem passa dez dias na ONU percebe que o Paquistão parece ser "muito mais importante que o Brasil". Frisou, porém, que considera correta a posição brasileira. Ele disse ser a favor da criação de uma "super força" de defesa para agir, se for necessário, em caso de ocupação da Amazônia, por exemplo.
Rosa Costa e João Domingos
Amorim culpa Ongs por polêmica sobre inspeção nuclear
Rio de Janeiro - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a notícia publicada ontem no jornal Washington Post, denunciando possível resistência do Brasil a inspeções na unidade de enriquecimento de urânio no País, “não reflete posições do governo americano, mas de alguns setores da sociedade, e se baseia em informações infundadas”. Ele disse que o ministério brasileiro das Relações Exteriores divulgará hoje nota sobre o assunto em nome do governo, mas antecipou que “o Brasil está cumprindo rigorosamente com suas obrigações internacionais” no caso do urânio.
Segundo ele, o País é signatário dos acordos internacionais referentes ao assunto e todos eles prevêem inspeções negociadas. Ele afirmou que a utilização da energia nuclear no Brasil é para fins pacíficos e afirmou que “o País tem que ter a possibilidade de proteger sua tecnologia, desenvolvida aqui”. Perguntado se a questão do urânio cria um “impasse diplomático” entre Brasil e Estados Unidos, Amorim disse que “nunca recebemos uma manifestação direta do governo americano que leve a essa conclusão”.
“Não senti pressão dos Estados Unidos até o momento, o que tenho ouvido é que não há dúvida que a tecnologia nuclear do Brasil é para fins pacíficos e para energia”. Perguntado sobre que setores da sociedade americana estariam insatisfeitos com a suposta resistência brasileira, Amorim citou genericamente as organizações não governamentais (Ongs). “Não há razão para suspeitar do Brasil nesse momento, mas o País necessita de energia e a nuclear é uma delas”.
Jacqueline Farid
Durante a semana mais informações sobre este fato. Há muito o que se dizer e comentar sobre isso.
Alguns assuntos breves e outros longos;
Vou promover um "concurso" para o logotipo e template (fundo da página) para o projeto Interconexos, isso vai alavancar a página e divulgar melhor para a Europa e Ásia onde tenho ainda poucos, mas alguns leitores.
Estou preparando material para colocar no blog de palestras assistidas, mas me preocupo com algumas colocações feitas no calor do debate que talvez fosse mais adequado fazer, não uma censura propriamente dita, mas a troca de alguns vocábulos. As partes envolvidas serão consultadas previamente.
Gostaria que enviassem sugestões de "pauta" para poder adequar o nosso conteúdo ao que mais interessa ao leitor.
Já estou cadastrando colaboradores articulistas, para peridiocidade semanal ou quinzenal.
Agora vamos ao prato principal: beneficiamento de urânio enriquecido para fins pacifícos; a voracidade pelo segredo tecnológico brasileiro de ter desenvolvido um processo mais barato e mais eficiente. Segundo outras fontes, esse processo ainda não está ativo em Rezende; vamos às versões dos fatos:
no Globo:
05/04/2004 - 19h08m
Amorim garante que Brasil nunca impediu inspeção de urânio
Luciana Rodrigues, Cristiane Jungblut e Gerson Camarotti - O Globo
RIO - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, garantiu nesta segunda-feira que nunca houve qualquer impedimento para a inspeção do enriquecimento de urânio no Brasil. Segundo o ministro, ninguém duvida que o Brasil usa energia nuclear apenas para fins pacíficos e, mais especificamente, para a produção de energia. Reportagem publicada pelo jornal americano "Washington Post" no domingo acusou o Brasil de impedir fiscais da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de inspecionar uma unidade de enriquecimento de urânio e insinuou que o país poderia estar planejando ter a capacidade de produzir armas nucleares.
- O Brasil está rigorosamente cumprindo com suas obrigações internacionais. Em todas as inspeções, o modo de realizá-las é sempre negociado - afirmou Amorim, que nesta segunda deu uma palestra na Câmara de Comércio Americana do Rio.
Segundo o ministro, os tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário prevêem que as inspeções sejam feitas para assegurar que a energia será usada para fins pacíficos mas, ao mesmo tempo, preservando o segredo da tecnologia desenvolvida em cada país.
- O Brasil vai ter necessidade de energia barata, e energia nuclear é uma delas. Não há porquê a gente ficar comprando eternamente (a tecnologia) dos outros.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse que o Brasil não pode aceitar a notícia divulgada pelo "Washington Post" porque sempre respeitou as regras internacionais em relação à energia nuclear e sempre deixou claro que os objetivos do país são de ordem pacifica, e não bélicos.
Segundo Sarney, por isso o Brasil não pode ser comparado a países como Coréia do Norte e Irã, que sempre deixaram claro a intenção de usar a energia nuclear para fins bélicos.
- O Brasil sempre manifestou que quer a utilização dos átomos para a paz. Não há como aceitar um procedimento que nos coloque sob suspeição. Em nível internacional, a posição do Brasil é muito clara e efetiva contra a utilização da energia nuclear para fins bélicos. Pelo que tenho lido, realmente é um tratamento que não podemos aceitar - afirmou.
Para o vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS), a notícia é um pretexto dos americanos para conhecer a tecnologia desenvolvida pelo Brasil para enriquecimento de urânio.
- É aquela velha conversa americana. Eles usam o discurso de paz mas na verdade querem descobrir a tecnologia brasileira, que é um segredo de estado. O interesse dos Estados Unidos é 100% comercial. Isso é chilique de americano, eles adoram fazer isso. Querem que a gente mostre nossa tecnologia mas não mostram a deles - afirmou.
(grifo nosso)
no JB:
'Post': Brasil recusa inspeção
Luiz Queiroz
BRASÍLIA - O jornal The Washignton Post denunciou ontem uma suposta recusa do governo brasileiro - sob alegação de que estaria protegendo segredos industriais - de receber inspetores da agência de energia atômica da ONU em Resende (RJ), onde fica a Fábrica de Combustível Nuclear da estatal Indústrias Nucleares do Brasil (INB).
Com a manchete estampada na primeira página: ''Brasil esconde instalação nuclear'', o jornal norte-americano sugere que o ''atrito diplomático'' poderá contribuir para ''minar os esforços da Casa Branca para por um fim nos programas nucleares do Irã e da Coréia do Norte''.
O jornal alega que o projeto nuclear brasileiro e a não inspeção coloca o presidente americano, George W. Bush, numa situação delicada. O presidente americano perderia seu discurso pela imposição de regras mais rígidas para o enriquecimento de urânio.
O diário norte-americano admite que a Fábrica de Combustível Nuclear da INB em Resende produzirá urânio enriquecido para a geração de energia elétrica, o que significa que não é o tipo mais puro do mineral, usado em armas atômicas. Mas mantém a informação, citando ''fontes diplomáticas brasileiras e da ONU'', de que há um impasse na questão da inspeção das instalações nucleares brasileiras.
O Ministério das Relações Exteriores permanece sem tecer comentários sobre o atrito diplomático. Ontem a assessoria de imprensa do Palácio do Itamaraty apenas se limitou a informar para a BBC de Londres que o assunto tem sido objeto de ''negociações técnicas''.
A matéria publicada pelo jornal norte-americano, segundo a assessoria não é nova, pois o assunto foi divulgado pela imprensa internacional há dois meses. Um diplomata brasileiro teria afirmado ao Post que o Brasil se sente ''aborrecido e quase ofendido'', com essas suspeitas.
De acordo com o Washignton Post, inspetores têm tentado verificar a situação das instalações de Resende. ''Mas os muros altos dificultam ou impedem a visão do prédio, que ainda está em construção'', informaram os técnicos da Agência Internacional de Energia Atômica ao jornal.
A reportagem do Post afirma que a Casa Branca deve enviar emissários a Brasília neste mês para pressionar o governo brasileiro a ter mais cooperação com a ONU. Também informa que ainda não há indícios de que o governo norte-americano pretenda fazer gestões contra a continuidade do programa nuclear brasileiro, o que poderia levar a um impasse diplomático.
No Estado de São Paulo:
Sarney diz que Brasil não deve aceitar pressão dos EUA
Brasília - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que o País não pode aceitar a pressão dos Estados Unidos para que assine com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) um protocolo adicional sobre inspeções em instalações nucleares. "Pelo que tenho lido, esse é realmente um tratamento que não podemos aceitar. Não podemos aceitar nenhuma semelhança com o tratamento dado à Coréia do Norte e ao Irã, (pois) esses são países que têm tradição em armamento nuclear, que o Brasil não tem" afirmou.
Sarney avaliou que o Brasil sempre manifestou que nós queremos a utilização do átomo para a paz, sempre estivemos de acordo com as regras internacionais sobre energia nuclear. De maneira que não há como aceitar um procedimento que nos coloca em semelhança com a Coréia e o Irã. No nível internacional, a posição do Brasil é muito clara a respeito desse problema."
Preservação do segredo
O líder do PSDB no Senado, senador Arthur Virgílio (AM), defendeu a preservação do segredo atômico pelo Brasil. O senador reconhece que o Brasil, "por ter abdicado da bomba atômica, paga um preço muito alto no cenário mundial". Segundo ele, quem passa dez dias na ONU percebe que o Paquistão parece ser "muito mais importante que o Brasil". Frisou, porém, que considera correta a posição brasileira. Ele disse ser a favor da criação de uma "super força" de defesa para agir, se for necessário, em caso de ocupação da Amazônia, por exemplo.
Rosa Costa e João Domingos
Amorim culpa Ongs por polêmica sobre inspeção nuclear
Rio de Janeiro - O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse que a notícia publicada ontem no jornal Washington Post, denunciando possível resistência do Brasil a inspeções na unidade de enriquecimento de urânio no País, “não reflete posições do governo americano, mas de alguns setores da sociedade, e se baseia em informações infundadas”. Ele disse que o ministério brasileiro das Relações Exteriores divulgará hoje nota sobre o assunto em nome do governo, mas antecipou que “o Brasil está cumprindo rigorosamente com suas obrigações internacionais” no caso do urânio.
Segundo ele, o País é signatário dos acordos internacionais referentes ao assunto e todos eles prevêem inspeções negociadas. Ele afirmou que a utilização da energia nuclear no Brasil é para fins pacíficos e afirmou que “o País tem que ter a possibilidade de proteger sua tecnologia, desenvolvida aqui”. Perguntado se a questão do urânio cria um “impasse diplomático” entre Brasil e Estados Unidos, Amorim disse que “nunca recebemos uma manifestação direta do governo americano que leve a essa conclusão”.
“Não senti pressão dos Estados Unidos até o momento, o que tenho ouvido é que não há dúvida que a tecnologia nuclear do Brasil é para fins pacíficos e para energia”. Perguntado sobre que setores da sociedade americana estariam insatisfeitos com a suposta resistência brasileira, Amorim citou genericamente as organizações não governamentais (Ongs). “Não há razão para suspeitar do Brasil nesse momento, mas o País necessita de energia e a nuclear é uma delas”.
Jacqueline Farid
Durante a semana mais informações sobre este fato. Há muito o que se dizer e comentar sobre isso.
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