quinta-feira, maio 27, 2004

Somos alunos.
Estamos matriculados regularmente, freqüentamos as aulas, passamos nas provas. E nos encontramos no meio do nosso caminho universitário.

Não necessariamente somos estudantes. O Pacto está feito: os livros estão ai, descansando languidamente nas prateleiras de nossas estantes ao sabor do ar condicionado que o envolve, quando não toma banho de sol na varanda da biblioteca. Mas estes foram feitos para serem olhados, meramente consultados – pois logo no primeiro dia de aula todos os professores nos “tranqüilizam” avisando que poderemos passar direto em suas matérias apenas com as anotações em caderno, nos poupando o extenuante trabalho de pensar. Algumas vezes, quando o “mestre” resolve faturar alguns trocados, adota-se um livro – o escrito pelo próprio professor. De qualquer forma, sempre há a necessidade da adoção de alguma corrente teórica - e assim, os cadernos se tornam o resumo de um determinado livro. Tudo o que temos que fazer é decorar essas anotações, tirarmos, 10, fazer a alegria da família, constituir um bom CR., arranjar um bom emprego e dormimos todos os dias em paz com nossas consciências.

E sendo assim somos escravos. Não temos direito ao básico: a discordar de uma teoria ou corrente ideológica. Pois quando nos apresentam uma tese como sendo a verdade, não há o que contestar – quem contestaria a Verdade? Aceitamos placidamente o que nos é dito – e a Verdade é inaplacável com seus contestadores: tasca-lhes um zero, reprova-os, tenta marcar suas vidas com o símbolo dos perdedores.

Somos todos alunos. Mas nem todos são estudantes e nem todos são cordeirinhos. Ainda assim, sempre haverá a maioria esmagadora e a minoria combativa. Não lutamos pela razão, mas pelo direito de termos idéias próprias e sermos respeitados por isso.


Texto antigo escrito por mim, mas parece atual....

segunda-feira, maio 10, 2004

http://br.groups.yahoo.com/group/interconexos/
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Um dia chinês na União Europeia;

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A. O premier chinês Wen Jiabao fez uma visita à União Europeia, ontem, dia 6. Vamos escutar agora uma reportagem despachada por nossa correspondente que acompanhou a visita do premier chinês.
Oi, Zhang Hui, poderia nos relatar a visita do premier chinês do dia 6 à sede da União Europeia.

B. Oi, bom dia. Claro que sim. Para a União Europeia, dia 6 de maio foi um dia marcante. Pois 29 anos atrás, a China e a Comunidade Econômica Europeia estabeleceram relações oficiais. 29 anos depois, o premier chinês fez sua visita oficial e mais solene à sede da UE. Tal como o premier disse, a visita dele ocorreu num momento muito bem entrosado. A visita rápida de Wen Jiabao marcou o dia chinês na União Europeia também.

A. Dia chinês, uma expressão cativada. Se pode nos explicar mais um pouco.

B. Claro que sim. Desde às 9 horas de manhã até as 2 horas da tarde, o presidente da Comissão Europeia, Romano Prodi acompanhou o chefe do governo chinês. De manhã, eles compareceram ao Fórum sobre o Investimento e Comércio entre a China e a UE, no qual, Wen Jiabao proferiu um discurso perante mais de 600 empresários europeus e chineses, apresentando situação chinesa econômica, conclamando também que a UE conceda o mais rápido possível a posição de mercado livre à China. Por sua vez, Romano Prodi fez uma reação rápida, dizendo que concessão da posição de mercado livre à China é o objetivo que a UE procura, pois o que não só beneficia a China, mas também o desenvolvimento econômico europeu. No encontro realizado entre os dois líderes, foram trocadas ideias sobre o relacionamento bilateral. Depois, entrevista coletiva e banquete oferecido especialmente em homenagem ao premier chinês. O diálogo e contato entre eles marcaram uma nova fase nas relações bilaterais entre a China e a UE. O Sr. Romano Prodi as descreveu líricamente, citando um artigo publicado num semanário com o título "Amor entre a China e a Europa", com o sub-título "além de amor". Ele disse que se os títulos não retratarem exatamente o matrimônio, pelo menos já monstram a vontade de se casar. As palavras dele provocaram calorosos aplausos e gargalhadas.

A. Além de comentário de Prodi, qual foi a reação de outros.

B. O ministro de Comércio da China, Sr. Bo Xilai também comentou o evento, dizendo assim: fundo

A visita de Wen Jiabao à Europa me deixou profundas impressões, isto é, China e Europa cada dia mais próximos. Podemos qualificar a China e a União Europeia são duas grandes famílias, respectivamente com populações de 1 bilhão e 300 milhões e 450 milhões. Agora, todo o mundo acompanha atentamente estas duas famílias. Sendo o ministro de Comércio, eu espero que a posição de mercado livre da China seja reconhecida o mais rápido possível, o povo chinês merece tudo isso, ao mesmo tempo, só com isso, se poderá ampliar a cooperação entre empresas chinesas e europeias. Ao fazer isso, a Europa não vai perder nada, mas sim, poderá ter melhor cooperação com melhor amigo. Se o dia primeiro de Maio for um novo ponto de partida para a UE, dia 6, dia em que foram mantidos encontros entre o premier chinês e o presidente da Comissão Europeia, será um novo ponto de partida no relacionamento entre a China e a Europa além de mostrar o espírito da Europa de livre comércio e justa concorrência.

A. Obrigado.

Fonte: http://po.chinabroadcast.cn/1/2004/05/07/1@8967.htm
Chechênia enterra Kadyrov e se prepara para mais guerra

Juan Antonio Sanz

MOSCOU - A Chechênia enterrou hoje Akhmad Kadyrov, seu presidente assassinado no atentado que no domingo semeou o terror em Grozni, e se preparou para um iminente recrudescimento da guerra ao perder Moscou a mão de ferro na região. Milhares de soldados russos e milicianos locais foram deslocados nas principais estradas chechenas ante o temor que o vazio deixado pela morte de Kadyrov anime aos rebeldes a lançar uma ofensiva quando ainda reina a confusão nesta república.

As tropas estavam também encarregadas de garantir a segurança dos dirigentes chechenos e de outras regiões russas que acudiram ao enterro de Kadyrov, que morreu, junto a outras seis pessoas, no atentado que ontem tingiu de sangue Grozni, a capital da Chechênia. Às seis pessoas, incluído Kadyrov, que o Kremlin reconheceu ontem como vítimas mortais do ato terrorista se acrescentou hoje o falecimento de um dos feridos que estavam hospitalizados.

Uma bomba explodiu na manhã de domingo sob a tribuna de honra do estádio Dínamo de Grozni, onde Kadyrov e a cúpula político-militar da Chechênia presidia os festejos do 59º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazista. A explosão também matou o presidente do Conselho de Estado da Chechênia, Hussein Isáyev, e causou gravíssimos ferimentos ao comandante-em-chefe das tropas conjuntas russas no Cáucaso Norte, Valeri Baránov, que hoje experimentou certa melhoria no hospital onde está internado.

Ao sepultamento de Karímov, que teve lugar em Tsentorói, no sudeste da Chechênia, assistiram milhares de pessoas, entre seguidores, dirigentes de outras regiões e repúblicas russas, e autoridades islâmicas. O nome de Kadyrov e sua lembrança como presidente e antigo mufti (líder espiritual) da Chechênia se repetiu nas principais mesquitas da Rússia, nas quais se ressaltou sua capacidade para atrair a alguns dos rebeldes chechenos mais obstinados na luta armada contra Moscou.

O Conselho de Estado checheno fez também uma chamada a união de todos os chechenos contra aqueles que tentam impedir a recuperação da Chechênia. As autoridades responsabilizaram do ato terrorista aos rebeldes fundamentalistas que, há quase cinco anos, combatem às forças federais e as milícias chechenas pró-russas nesta segunda guerra da Chechênia.

Os principais meios de comunicação russos comentaram hoje o difícil tarefa que tem ante si o Kremlin para encontrar um substituto para Kadyrov, que, apesar de haver sido odiado por muitos chechenos, era respeitado por sua força militar e pelas alianças que conseguiu tecer em seu entorno. ''Nos últimos quatro anos ficou claro que Kadyrov era o único político cuja autoridade e força podia unir essa parte da sociedade chechena que não se opunha a viver em paz com Moscou'', publicou o jornal digital Gazeta.ru.

Um dos maiores temores em Moscou é que Sergei Abramov, primeiro-ministro da Chechênia que foi nomeado ontem por Moscou presidente interino, não possa se fazer respeitar pelos clãs chechenos mais belicosos enquanto se convocam eleições e se procura substituto para Kadyrov. Por isso, uma das primeiras medidas adotadas por Abramov (que conta com o inconveniente de ser russo em uma república onde os laços de sangue são muito importantes) foi escolher hoje como primeiro vice-primeiro-ministro Ramzán, o filho de Kadyrov e comandante de uma guarda pretoriana de quase 10 mil milicianos.

No entanto, Ramzán, que presidiu junto a seu irmão Selim Jan as exéquias de seu pai em Tsentoroi, não conta com o respeito que tinha Kadyrov, daí o risco que os esforços deste para aglutinar aos principais clãs se quebrem. Desde sua eleição como presidente nas eleições de outubro de 2003, Kadyrov conseguiu que deixassem as armas pelo menos quatro dos principais caudilhos militares chechenos até então leais a Aslán Maskhádov, o principal líder separatista.

Na semana passada, alguns membros do governo de Kadyrov tinham assinalado que a intenção deste era oferecer a cabeça de Maskhádov ao presidente russo, Vladimir Putin, como mostra de boa vontade e para limar as diferenças com o Kremlin. A eliminação de Maskhádov, presidente checheno deslegitimado por Moscou, era o objetivo da operação lançada há poucos dias por Ramzán nas montanhas; sua morte ou captura teria permitido a Kadyrov pedir mais concessões no autogoverno da Chechênia.

Agora, no entanto, o assassinato de Kadyrov não só dá alívio aos separatistas, mas, além disso, pode obrigar Moscou a lançar ofensivas militares a grande escala, caso que alguns dos principais chefes chechenos decidam voltar a tomar as armas.

Agência EFE